quinta-feira, 26 de junho de 2008

Quando A Música Faz Muita Diferença - 1 - Apocalypse Now




Em alguns filmes as músicas que os acompanham não fazem muita diferença, estão lá só para realçar o clímax da cena, em outros se tornam o tema principal do filme. São poucos os que conseguem casar a música e a imagem criando cenas antológicas.
Pensei neste post enquanto assistia Apocalypse Now esses dias. Quem já assistiu ou já ouviu falar, sabe que se trata de um clássico incontestável e na minha opinião o melhor filme de guerra já feito, com uma trilha ótima. O filme mostra a guerra para os EUA como um playground, só que sem ninguém para tomar conta. Soldados surfam e se drogam, morrem e matam abandonados na guerra sem sentido. Assista-o.
A cena mais clássica do filme é o ataque dos helicópteros americanos a uma praia dominada pelos vietcongues ao som de Wagner. Não é só cinema, nesse caso é a dita sétima arte entrando em ação.
Depois irei postar mais dessas cenas, não as coloquei numa lista porque não sei quantas serão.

Vídeo :

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Ben Hur e os X-Men Parte 2




Parte 2

Um cara estava no balcão.

-Tem o Motoqueiro Fantasma?

-Tem, está logo ali.

-E é bom?

-Mais ou menos. Eu gosto só de alguns filmes de heróis, porque eles não são muito fiéis as hqs.

-É que eles tem que fazer umas mudanças para deixar o filme mais estiloso.

-Eu discordo, o 300 é super fiel a graphic novel do Frank Miller e é muito estiloso. Uma das melhores adaptações que já fizeram.

-Eu acho que é X-men, você num gosta?

...

Os X-men junto com o Batman são meus heróis favoritos.

Quando eu fui assistir o primeiro X-men no cinema eu tinha uns 12 anos. Saí do lugar pensando assim:

“Putz, o quê eles fizeram com os X-men? Uma equipe bagunçada, com os personagens jogados numa equipe sem sentido. O Magneto querendo transformar a humanidade toda em mutantes? Cadê os uniformes que todo mundo sempre gostou? Tem gente que fala que se colocassem os uniformes originais deixaria o filme brega. Então não que fassem filme nenhum, como que você faz um filme de um negócio que você acha brega?”

Eu era um moleque. Um moleque decepcionado.

No começo da onda de filmes de heróis, os estúdios não se preocupavam tanto com a fidelidade do conteúdo original, que tantas pessoas gostam (esse um motivo pelos quais esses estúdios resolvem fazer estes filmes, não é engraçado?). E isso não só em filmes de quadrinhos, mas também com filmes baseados em jogos e seriados (alguém gostou daquele filme do Starsky e Hutch, mesmo sem levar em conta fidelidade com o original?). Fora as refilmagens...

É assim, os caras fazem a merda, ganham dinheiro e deixam bombas e fãs decepcionados por aí. E boa.

Agora tomara que com o estúdio da Marvel a coisa melhore como melhorou com Homem de Ferro e que o próximo filme do Batman seja tão bom quanto todos alardeiam.

-Eu não gostei nem um pouco do filme, não lembra nem um pouco quem são os X-men de verdade – eu disse.

-E daí? – o cara disse.

-Olha, eu vou levar o Ben-Hur mesmo, como é mais longo eu o passo em mais aulas, heheheheheh – a senhora disse.

-É, e vê logo o meu filme também – o cara disse.

Silêncio.

Então eu, triste, abaixei a cabeça e caminhei a para fora da loja.

-Ei, pra onde você tá indo? – o cara e a senhora disseram.

-Eu acho que vou formar uma banda de rock progressivo. A hora que vocês saírem, tranquem a porta fazendo um favor.

sábado, 21 de junho de 2008

Ben Hur e os X-Men Parte 1




Prólogo


-Fala seu Antenor!

-Como vai filho, tudo bom?

-Tudo. Vai alugar o que hoje?

-Não sei ainda, vou dar uma olhada.

Seu Antenor é um senhor muito gente fina, cliente aqui da locadora, que trabalha num escritório aqui por perto. Via no Globo Esporte, no meu horário de almoço, se o “Parmera” tinha perdido para poder zoar com ele quando ele passasse aqui em frente da locadora no seu caminho para casa.

-O que aconteceu com as fita?

-Agora, por ordens externas, agente só está trabalhando com DVD.

-Putz, mas num tem mais nada aí?

-Não, e provavelmente eles jogaram todos os VHS fora.

Então seu Antenor, triste, abaixou a cabeça e caminhou para fora da loja.

-Aonde o senhor vai?

-Acho que vou jogar bocha com os meus amigos.

Isso foi há uns meses atrás.


Fim do prólogo.



-Boa tarde, vocês tem o filme do Ben-Hur? – disse-me uma senhora.

-Sim, vou pegá-lo.

Então fui atrás dele

-Acho até que devia comprar este filme – ela disse.

-Você gosta muito dele?

-Não, é que eu passo ele na escola onde eu leciono. Amanhã vou levá-lo para minha turma da sexta-série.

Nossa. A tia vai passar o filme para a molecada da sexta-série. Como é ruim isso que ela está fazendo tanto para o filme como para as crianças, que são OBRIGADAS (odeio essa palavra) a assistir os filmes e documentários invariavelmente chatos que passam na escola. Isto faz com que as crianças associem esses filmes à chatice que é a escola e que estigmatizem-os a ruindades atávicas, quando elas não estão nem um pouco interessadas em apreciar um clássico como Ben–Hur, Lawrence da Arábia ou O Incrível Exército de Brancaleone. Não é qualquer dia, mesmo para um cinéfilo que se tem paciência para assistir um filme desses.

Esses dias vi na MTV, a Marina Person, numa ponta em um programa que não lembro bem qual era, recomendando a Festa de Babette como filme clássico. Nada contra o filme dinamarquês, mesmo porque eu nunca o assisti, mas sei que é bem conceituado, o problema é a aproximação. Na hora de comentar sobre o filme ela falou pouco sobre sua importância e só mostrou uma cena do filme em que uma moça serve o jantar para seus convidados. Para quem está assistindo e nunca ouviu falar do filme, aquilo não se passa de um filme sem graça e que a recomendação é uma baboseira “intelectualóide”. O que muitas vezes é. O dito entendido de cinema vai em um programa de TV e recomenda um filme europeu, fora de circuito só para se dizer culto.

É redundante e sem classe recomendar filmes como Poderoso Chefão? Eu acho que não.

-Não que eu queira me intrometer, mas a senhora não acha que Ben-Hur é um pouco parado para a criançada?

-Ah, mas as crianças devem aprender desde cedo a assistir clássicos.

-Eu entendo, mas é difícil que uma criança adquira este gosto assim, de uma hora para outra. A senhora não prefere levar Gladiador, e para quem se interessar, a senhora pode recomendar Ben-Hur ou Spartacus.

-Vou pensar, onde está o filme?

-Alí, naquela estante.

Um cara estava no balcão.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Vivendo e Não Aprendendo



"Você não vai sair daí enquanto não decorar a tabela periódica inteira !"


Estava estudando química orgânica, apoiado no balcão, quando um senhor que já tinha escolhidos seus filmes (ele pegou Meu Ódio Será a Sua Herança e Esqueceram de Mim! Juro !) chegou a mim e perguntou :
-O que você está estudando ?
-Química - eu disse.
-Hum... Eu nunca gostei de química, mas tem coisas que ainda me lembro dos tempos de escola. Mols, hehehehehe...
E com uma sonora gargalhada o senhor foi embora e fiquei pensando. Como esse senhor ainda lembrava de mols? Será que eu também vou me lembrar?
Quanto espaço cerebral eu poderia estar usando (quando a gente fica velho a memória vai ficando mais fraca, sabiam?) com outras coisas mais úteis? Eu lá quero saber com quem o Sr. Barão Ratão se casou? Quem Roubou a Cesta de Frutas?
Esses dias por exemplo, finalmente encontrei o nome de um filme que procurava fazia muito tempo. Imagina o tanto de tempo de pesquisas e perguntas que eu poderia ter salvo se lembrasse de cara o nome do filme que recordava com carinho. Era "A Fortaleza", filme que passou no Cinema em Casa do SBT há tempos atrás, em que bandidos mascarados (um até de Papai Noel) sequestram as crianças e a professora de uma escola do interior da Austrália. Cultura fútil mas útil para mim.
Quantas pessoas passam anos tentando lembrar daquela música que as fizeram dançar...
Quantas pessoas passam anos tentando lembrar daquele filme que as fizeram chorar...
Quantas pessoas passam anos tentando lembrar daquela piada que as fizeram rir...
Quantas pessoas passam anos tentando lembrar onde guardaram o telefone daquele amigo...
Quantas pessoas passam anos tentando lembrar no dia o aniversário da mãe...
Será que os fantasmas do Pitágoras e do Bhaskara (tive que pesquisar esse nome) vão me perseguir para o resto da minha vida? No período escolar temos que ser mestres em mais de dez matérias ao mesmo tempo. Tomara que o jeito de ensinar mude num futuro próximo...
E tomara que depois do vestibular eu esqueça grande parte dessas coisas e quando meu filho vier me pedir ajuda com a tarefa de casa vou dizer:
-Ô filho, deixa isso aí e vamo brincar, depois você pergunta para a professora.

O Drácula e os Anos 90



Sussegado numa tarde de quinta, apoiado no balcão lendo uma história do Homem-Aranha quando um cara mais-ou-menos da minha idade entra na locadora, se dirige ao balcão e diz :
-Estou procurando algum filme de vampiro.
-De vampiro ?
-É, tô lendo um livro de vampiro e queria assitir um filme com vampiros.
-Já viu os do Christopher Lee ?
-Não, não tem algum mais novo ?
-Tipo qual ?
-Eu gostei de Van Helsing.
Meu conhecimento de filmes de terror é vago e se restrige mais aos grandes clássicos (já até assiti e gostei do Frankeinstein com o Boris Karloff) e aos filmes do Jason, filmes mais "modernosos"de terror eu não conheço muitos, de vampiros então... O cinema alemão deve ter um segmento de filmes de vampiros mas que deve se restringir à algumas décadas atrás.
Para mim filme de vampiro é com o Christopher Lee e Bela Lugosi.
-Van Helsing, cara. Por que você não gosta dos clássicos já que está lendo livros sobre eles ? (hoje em dia quem lê por livre e espontânea vontade já é considerado culto).
-É que eu acho que eles são muito parados e mal-feitos.
Obviamente eu não concordo com a opinião dele, mas não vou vou entrar em uma discussão com o cara dizendo que filme não tem idade quando é bom, que ele pode perder histórias e interpretações muito boas por causa desse preconceito. É difícil usar esses argumentos com uma geração (que eu me incluo...) que assiste filmes com centenas de efeitos especiais por minuto.
-E o Drácula de Bram Stoker ? - eu disse.
-Já ouvi falar, mas não é muito velho ?
-Não, acho que é de 91 (é de 92).
-Vamos ver...
Peguei o filme, mostrei pra ele e falei que era do Coppola, o homem que fez Poderoso Chefão, e que tinha até o Van Helsing, só que um pouco mais velho (alguém já assitiu algum filme do Anthony Hopkins em que ele não esteja velho ?).
-Acho que vou levar esse mesmo - ele disse.
-Beleza então...
O cara estava achando que o Drácula de Bram Stoker era velho e era dos anos 90.
Quem sabe um dia ele ainda assista Nosferatu...

Recomendações da RST Vídeo, anos 90 :
Pulp Fiction
Hard Boiled
Clube da Luta
Os Suspeitos
Fargo
Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes
O Balconista
Seven
Wayne's World
Forrest Gump

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Rainbow - A Fase Não-Dio


Muitos nem devem conhecer a banda Rainbow, formada por Ritchie Blackmore depois de sua saída do Deep Purple em 1974, mas o Rainbow teve um bom sucesso comercial no fim dos anos 70 e começo dos 80 e juntou duas lendas do metal, Ritchie Blackmore e Ronnie James Dio. Esses sim deve ser mais conhecido por essa molecada de metaleiros viciados em Iron Maiden e que curtem tudo de metal melódico com refêrencias medievais e nomes difíceis para se mostrarem mais "cultos", mas esquecem de toda a participação que esses "medalhões" tiveram na concepção da música que eles agora ouvem. Mas deixa pra lá.

Continuando com o Rainbow, eu comecei a ouvir a banda por gostar muito do Blackmore e seu estilo de misturar blues, música clássica e riffs pesados no Purple. No Rainbow ele também fazia isso. Comecei ouvindo a fase do Dio porque todos diziam que esta fase era a melhor, e isso eu constatei e concordei depois de dar uma uma ouvida em outras músicas da banda sem o Dio que saiu da banda em 1978 (o primeiro cd é de 1975, o segundo de 1976, um ao vivo de 1977 e o último em 1978).
Esta primeira fase possui 3 cds excelentes, misturando músicas pesadas, baladas bem compostas, algumas mais comercias e descontraidas e algumas até soturnas.Um estilo parecido até com o Purple só com mais cara de banda de heavy metal mesmo.
Mas um dia desses enquanto arrumava as prateleiras (tudo mundo tira os filme de lugar nas locadoras, pega um vai levando na mão mas no caminho acha outro melhor e deixa aquele no lugar...), comecei a cantarolar uma música mas não sabia direito o nome. Parei um pouco e lembrei que era do Rainbow, de um cd duplo chamado Guitar Heroes (não, não tem nada a ver com o jogo...), era uma música com um riffinho de guitarra bem assobiável e um refrão grudento. Pu*# música legal...

Era Since You Been Gone do disco Down To Earth que logo quando cheguei em casa baxei e ouvi, desfrutando do som meio transitório, entre o som pesado do Dio e dos cds mais oitentistas do Joe Lynn Turner.
E nunca ouvi muito som oitentista, ouço No Easy Way Out por causa do Rocky 4, Don't You Forget About Me por causa do Breakfast Club (O Clube dos Cinco em português) e algumas outras mas nunca fui muito fã de sintetizadores, prefiros os velhos Hammond Organs, mas essa Fase Não-Dio é bem boa pra ouvir quando se está querendo ouvir umas baladas. E outra meu, acho que é por causa do Blackmore também, o cara é fo*#...

*(Mesmo o post chamando Rainbow - A Fase Não-Dio, coloquei uma foto com o Dio, porque foi a foto mais legal que eu achei do Rainbow e porque ela tem o Dio hehehehehe...)

Discografia do Rainbow

Critical Review: Inside Rainbow 1975-1979
2004
Catch The Rainbow: Anthology
2003
20th Century Masters: The Millennium Collection...
2000
Catch The Rainbow: A Tribute To Rainbow
2000
Very Best Of Rainbow
1997
Live In Europe
1996
Live in Germany '76
1994
Finyl Vinyl
1986
Bent Out of Shape
1983
Straight Between The Eyes
1982
Difficult To Cure
1980
Down To Earth
1979
Long Live Rock 'N' Roll
1978
On Stage
1977
Rainbow Rising
1976
Ritchie Blackmore's Rainbow
1975

Vida na RST

Há muito tempo livre nas horas de trabalho de um balconista de locadora hoje em dia, pelo menos no meu caso.
Com a mulecada baixando filmes ou assistindo-os até no youtube algumas locadoras foram abandonadas por parte de seus frequentadores e estas esquecidas pela nova geração encontram sustento com pessoas que não tem um programa definido ou não sabem mesmo o que assistir e vem procurar algum filme, de preferência lançamentos. Mas há ainda os clientes fiéis quem gostam de ficar horas olharando para a cara dos filmes e tirar suas listinhas do bolso.
Além de tudo isso, os papos desinteressantes dos frequentadores dessa locadora da onde humildemente vos escrevo, trazem à mim grandes momentos de ócio criativo.
São por esses motivos que eu resolvi criar este blog, para que eu possa aproveitar este tempo para escrever sobre filmes, música, livros,TV (sim, tem uma tv aqui...) e as coisas que acontecem por aqui.
Tomara que o meu chefe não descubra...