segunda-feira, 28 de julho de 2008

Quando A Música Faz Muita Diferença - 2 - Sem Destino



Filme símbolo dos movimentos liberais e contra-culturais do fim dos anos 60 e começo dos 70 nos EUA, Sem Destino (Easy Rider) se tornou um dos filmes de maior saldo positivo de todos os tempos (teve um orçamento de cerca de 300 mil dólares e arrecadou mais de 50 milhões) e mostrou ao mundo como era impossível viver fora dos costumes e regras morais impostas pelas mesmas pessoas que se vangloriavam de viver num país livre.

A música que acompanha os créditos iniciais do filme, Born To Be Wild, caiu como uma luva aos motoqueiros, personagens principais do filme, e se tornou um dos maiores hinos do rock, porque quem gosta ou pelo menos conhece um pouco do bom e velho estilo das guitarras distorcidas, já ouviu pelo menos uma vez os gritos libertários do Steppenwolf.

Dá até vontade de pegar uma moto e sair à procura de si mesmo e de sentir a liberdade de não ter problemas e preocupações, que nos impeçam de ir e nunca mais voltar.


Vídeo:


Twin Peaks


"... e então né ... Vocês viram que a Dercy morreu?"



Nunca fui de seguir seriados.Ter que assumir esse compromisso televisivo de toda semana, em certo dia e horário estar na frente da tv assistindo e esperando por um longo desenrolar de meses de história, que aos poucos pode ficar cansativa, não é do meu agrado.Se diário o seriado, então se torna quase impossível perder um bendito episódio. Mas isso não quer dizer que nunca assisti alguns episódios de boas comédias como Two and a Half Men e That '70s Show e até assisti a primeira temporada de Lost. Um amigo me emprestou os dvds, na época em que o seriado era moda. Na segunda temporada fui perdendo o interesse, sabendo que teria ter que esperar anos até o fim da odisséia dos ilhados. Não tenho muita paciência para essas coisas.


Depois de ler em alguns sites e revistas sobre o seriado e sobre a obra surrealista de David Lynch, me interessei por Twin Peaks.
Seriado do início dos anos 90 que até alcançou uma boa popularidade na época de seu lançamento, tornando-se cult anos depois. Como me interesso por policiais e ficção (sou fã de Arquivo X. Este, junto com Chaves, que esqueci de mencionar, foi um dos seriados que mais assisti) e com o todo o alarde em relação ao seriado que prometia misturar mistério, investigação policial e devaneios imaginativos da mente perturbada de Lynch, resolvi alugar o box da 1° temporada de Twin Peaks.
Só assim mesmo para acompanhar um seriado. Só tinha feito isso quando aluguei duas temporadas de Arquivo X e uma do Batman Animated Series. Esse ato, além de tudo, ainda pode se tornar um desafio de resistência, mesmo gostando do que se está assistindo, para dar conta dos 1000 minutos, que geralmente compõem uma temporada de um seriado, em 5 ou 6 dias de locação.


O bom é que Twin Peaks é um seriado de apenas 30 episódios, o que deixa a história mais concisa, dividida em uma temporada de 7 (e um piloto) e uma segunda de 22 episódios.Essa divisão deve ter uma explicação, na minha opinião. A série começou a fazer sucesso e os executivos, da emissora que a produzia, quiseram alongar a segunda temporada. A mesma coisa que acontece com sagas milionárias que desenrolam suas tramas em vários filmes que vão perdendo a qualidade progressivamente.
Mas aí que a coisa foi pro brejo. David Lynch saiu no começo da 2° temporada e voltou para encerrá-la quando já era tarde.


A série gira em torno do assassinato de Laura Palmer, a garota popular da cidade, que é encontrada embalada em plástico e para investigá-lo o FBI manda o agente Dale Cooper. Com técnicas nada usuais e visões que vêm a ele em sonho, Cooper ganha confiança da polícia local e vai descobrindo que a cidade esconde muito por detrás de sua pacata fachada.
O melhor da série é a criação de personagens e situações bizarras que Lynch nos apresenta, sua especialidade, e isso se torna o charme do seriado.
Não é uma saga perfeita, mas acima da média e das mesmices dos seriados policiais.


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Mas o troféu é de Naked Lunch com certeza!!!